• 10 Anos dez fotos - Trilho da Pedra Alçada
  • Um magnífico dia de sol. O dia ideal para caminhar e foi isso que nos levou até a Serra d’Arga.
  • Esta serra já nossa conhecida dos tempos idos, onde já tivemos a oportunidade de realizar aqui o trilho “cabeço do meio-dia”, e que foi de meu agrado. A beleza da paisagem atraiu a nossa atenção de novo e nos fez voltar.
  • Erguendo-se a 825 metros de altitude (Alto do Espinheiro) e repleta de património natural como quedas de água, piscinas naturais, terrenos férteis, a Serra d'Arga é uma das zonas mais harmoniosas do norte de Portugal.
  • O granito é a rocha que manda nestas paragens. Da mesma forma como a rocha se apresenta, áspera e dura é também a vida por estas paragens. O isolamento e a dureza do clima da serra há muito tempo que aguçou as artes de quem cá tinha de viver. Pontes engenhosas, moinhos de água e calçadas empedradas, são algumas provas de como o homem se adaptou à vida na serra. Tem muito património para visitar onde se destaca: o Mosteiro de S. João, a serra de Arga, espigueiros, moinhos e riachos (rio São João), áreas de lazer, belezas ribeirinhas do rio Coura. Ao longo de todo o percurso fomos brindados por belíssimos cursos de água que rasgam a serra e interrompem o silêncio que nos rodeia. A riqueza geológica vai dando a este percurso um toque especial, onde muitas vezes encontramos marcas dos tempos de exploração do volfrâmio ou mesmo marcas do abandono pela obrigação dos tempos modernos.
  • À medida que subimos, serpenteamos as encostas no fantástico Trilho da Pedra Alçada, com uma longa, subida por um trilho de laje antiquíssimo, empedrado que outrora calcorreado por pastores, peregrinos de Santiago e romeiros de S. João. Entramos no caminho que nos ia levar até a pedra alçada. Deste lugar, temos uma esplêndida vista panorâmica sobre uma paisagem soberba, as pedras monumentais com formas mágicas, o mar imenso e um sem número de vales serrilhados contra o azul do céu.
  • É frequente encontrar também rebanhos de cabras e ovelhas, mas como sortudos que somos tivemos o privilégio de observar os garranos que pastavam livremente por estas paragens em perfeita comunhão com o cenário natural.
  • O nosso trilho, leva-nos a um belo bosque onde prolifera uma grande diversidade de espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas que conferem uma interessante policromia à paisagem. As primeiras chuvas outonais fazem espoletar um conjunto de vida adormecida: os cogumelos. De belos a mortíferos não deixam de nos encantar num mundo de fadas e duendes pequeníssimos que espreitam nas janelas da nossa imaginação. São os guardiões do bosque.
  • Chegamos ao mosteiro de Mosteiro de S. João, verdadeiramente paradisíaco para quem procura fugir da balbúrdia da cidade. Aqui os olhos não se prendem com a simplicidade dos elementos que nos cercam e despertam a atenção. De origem muito remota, este antigo mosteiro beneditino atrai imensos romeiros que fazem oferendas a S. João Baptista, advogado das doenças. Mas, não vá o diabo tecê-las ou, como dizem, “para que o diabo os não impeça”, a maioria deixa também esmolas na imagem de um infeliz e desesperado Satanás espremidinho pelos pés de S. Miguel. Reflexo do medo que o camponês do Alto Minho sempre teve dos poderes do mal.
  • Seguindo o gorgolhar da água do ribeiro de S. João, ainda tivemos que fazer uma passagem, não pé ante pé, mas pedra a pedra, para não nos molharmos.
  • O encanto das águas límpidas roçando as pedras cobertas de musgos carregados verde suprime qualquer dor, mesmo que não doa.
  • Que mais posso eu dizer deste belo trilho onde a fluidez da minha inspiração não me traiu, e assim pode relatar da melhor forma possível aquilo que vi. Há coisas que se agarraram a mim para sempre e ficam na minha memória e um dia morre comigo.
  • Ferrisant

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