• rotasbento1Rota de S. Bento
  • Eram 10 horas e 20 minutos e acabava de parar o autocarro, na Aboadela, depois de um longo percurso até chegar a este longínquo lugar perdido numa curva do IP4 entre Amarante e Vila Real. Feito o desvio para EM 574, até ao Lugar de Rua, local onde ficou o autocarro e iniciamos o nosso percurso.
  • Aboadela hoje ainda se pode gravar na memória de quem utiliza o IP4, mas dentro de algum tempo pode ficar esquecida, da vista de muitos que optarem por fazer este trajeto pelo Túnel do Marão, há muito esperado nesta região.
  • Aberta a porta do autocarro, uma baforada de ar quente envolvia-me como uma película transparente. Era um sinal, que o dia ia ser quente. O ambiente em redor lembrava os tempos medievais. Proliferava o granito pedra abundante na região, na construção e nas ruas apertadas. Ninguém fica indiferente a toda esta manifestação de um património rico em todos os aspetos, que parece ter parado no tempo. O tempo deixou marcas que hoje são riquezas históricas e delícias de historiadores, é disto que eu gosto.
  • A rota de S. Bento é um percurso de pequena rota (PR) com sensivelmente 12 km, (no nosso caso cerca de 13.5 km) cujo início é na praia fluvial do lugar de Rua, junto à ponte sobre o rio Ovelha, que está associada à história das invasões francesas. Começa a fermentar a curiosidade, mas uma coisa de cada vez. Em primeiro é necessário conhecer Aboadela e nada melhor para falar disso do que a minha amiga fada” Dana”, que depois de me deixar nas Caldas do Gerês, aproveitou para repousar e recuperar as forças nas termas, para agora me acompanhar neste trilho. Linda como sempre...
  • - Então fada o que me tens a contar sobre este pequeno lugar, chamado Aboadela.
  • - Tu não estas a ver bem a coisa. Este pequeno lugar como lhe chamas já foi grande, até maior do que imaginas. Vamos recuar alguns séculos. Na base da atual freguesia, esteve a Honra de Ovelha do Marão. Nos seus primórdios da história, isto é, por volta de finais do século XII, designava-se por “Santa Maria de Bobadella”, Durante vários séculos, Aboadela foi alvo de várias alterações. Deste modo, pode-se falar de múltiplas designações, como: Bobadella, Abovedela, Boudela, Bovedella, Bauadela, Buedela e Bobadela, sendo finalmente designada como Aboadela d’Ovelha do Marão, hoje conhecida somente por Aboadela. Quanto à sua toponímia, ela tem origem em “Aboar”, que significa pôr marcos, dividir, estremar ou demarcar. Os primeiros registos sobre esta freguesia datam do século XII, quando Aboadela recebeu o primeiro foral no ano de 1196 no reinado de D. Sancho I, em Guimarães. Os forais concediam direitos e deveres aos cidadãos, entre outros. Neste caso, o foral imposto pelo rei D. Sancho I estabelecia que cada casal pagasse uma renda de “seis ferros por anno”, não se sabendo no entanto, hoje, a que ferros o foral se referia, pensa-se contudo, que como o foral se destinava a pessoas que tinham terras onde estavam patentes minas de ferro em lavra, então o dito ferro poderia ser uma espécie de barra de ferro ou uma ferradura. Posteriormente foram atribuídos outros forais, não havendo todavia, registos do seu conteúdo. Sabe-se porém, que em 1212, D. Afonso II atribuiu pela segunda vez um foral, e mais tarde, em 1514, D. Manuel I também atribuiu mais um, neste caso, o último.
  • Há registos que apontam que Aboadela terá sido vila e couto, no entanto, realça-se o facto de ter sido uma das dez “beetrias” do reino, em meados do século XV. As “beetrias” destacavam-se em relação aos coutos e às honras por constituírem um povo livre, que gozava do direito de escolha e mudança de senhor, sempre que assim o desejassem, ao contrário do que acontecia nos coutos e nas honras. A Beetria de Ovelha do Marão, ela acabaria por ser extinta em 1550, no reinado de D. João III, passando depois a ser uma Vigararia e ainda uma Reitoria. Foram senhores da Beetria da Honra e Ovelha do Marão, Vasco Martins de Sousa, Martim Afonso de Sousa e D. Jaime, Quarto Duque de Bragança.
  • Era pertença de um senhor nobre, que administrava a Justiça. Dispunha de juiz ordinário, vereador, procurador e outros funcionários, Aqui, também estava presente uma Companhia de Ordenança que constituía um tipo de confraria que procurava defender a conscrição local, bem como a defesa de castelos, ou seja, tratavam da defesa e organização do território. Há ainda a salientar que a Companhia de Ordenança era chefiada por um Capitão-Mor. No caso do território da Honra e Ovelha do Marão, esta era sujeita ao Capitão-Mor de Gestaçô ou Gestaço. No século XVI, com a extinção de “beetria”, Aboadela mudava mais uma vez de estatuto, desta vez sendo substituída por uma Honra que associada ao conceito de concelho permaneceu até ao período do Liberalismo, isto é, até ao século XIX. O novo concelho de Ovelha do Marão foi então constituído pelas freguesias de Aboadela de Ovelha do Marão e S. Pedro de Canadelo. Foram senhores desta terra, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão, quarto morgado de Mateus e D. José Maria do Carmo de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, seu filho. É da época destes ilustres senhores que data o brasão existente na antiga Casa da Câmara, no Lugar da Rua, símbolo emblemático do poder que se fazia então sentir naquele período nesta região.
  • -muito bem.
  • - Ainda achas pequena esta povoação? Há mais história para descobrir, que a seu tempo iremos falar.
  • Lançamo-nos na descoberta desta povoação. A cada passo era descoberto mais segredos e mais histórias. A rua era estreita e serpenteava por entre um casario envelhecido ou brasonado, que se misturava com recentes paredes de cara lavada, até desaguar numa ponte de pedra antiga. Do património edificado da freguesia, Uma série de elementos arquitetónicos e históricos do maior interesse, num lugar, o de Rua, que inclui também a antiga Casa da Câmara e algumas habitações de traça antiga.
  • - Muito interessante. É sem dúvida uma obra antiga com características romanas.
  • - Não é muito claro se esta ponte fazia parte da via romana principal. Apesar dos muitos miliários existentes noutros troços das vias romanas, asseguram uma fiel existência da via romana. Neste traçado da via ainda suscita muitas dúvidas devido tanto às variantes equacionadas como à incerteza da existência de marcos miliares. Existe uma via romana que atravessava a serra do Marão e que ligava Braga às "Terras de Panóias", hoje a região de Vila Real, vinda de Amarante. O seu traçado continua muito indefinido, mas é possível que desviasse da via Braga Mérida no Alto da Lixa, rumando a Amarante, onde conflui com a via proveniente de Tongobriga, seguindo para a travessia da Serra do Marão. Há muitas incertezas quanto ao traçado. Não é certo que a travessia do Tâmega se fizesse em Amarante porque a via também podia desviar em Freixo de Baixo e seguir por Corredoura, Laboriz (necrópole) e Vila Meã (necrópole) para ir fazer a travessia mais a montante na foz do Rio Olo, junto ao Vicus de Gatão (Vicus Atucausis com base numa ara dedicada a Júpiter pelos Vicani Atucausenses achada na Qta. dos Pascoais), continuando por Chão do Marão para a travessia da serra entroncando no caminho que vem de Amarante. A outra hipótese é a travessia em Amarante, seguindo depois pela Madalena (necrópole em Ataúdes),Gatiães, Lufrei (povoado romano em Sertã; segue pela Calçada de Marancinho que desce pela margem direita da ribeira de Marancinho, atravessando a ribeira num pontão com possível origem romana) Sanche (minas de estanho) Ponte Medieval do Fundo da Rua (entre Sanche e lugar da Rua; a 100 m existe a Ponte Medieval da Tornada sobre o rio Ovelha, entre Eira e Carregal) Aboadela (o caminho pela Serra do Marão segue por Lameira, Pousado e Alto do Gavião) Campeã (provável mutatio; calçada junto da fonte romana (?) do Arco ou de Pai-Pás; acesso por Quintã às minas de Ferro de Vila Cova) Arrabães (atravessa o rio Sordo, entra à esquerda no CM1212 e segue à direita por caminho) Mondrões (calçada com 50 m a poente da Igreja Matriz; tesouro monetário em Penedo Redondo) Vila Real. É possível que esta via existisse não comum itinerário principal, mas pelo facto da existência da forte exploração mineira. Como muitas das minas conhecidas, não muito longe do local, fossem de origem romana e dai a necessidade de um traçado de apoio.
  • Estamos agora sobre o tabuleiro da ponte que apresenta um aspeto bem conservado. Por aqui se fazia, no passado, o percurso das diligências.
  • - É claro que esta ponte foi alvo de um estudo.
  • - Como assim?
  • -o SIPA descrevia assim o monumento:
  • “Ponte de tabuleiro plano no centro e extremidades rampeadas, assente sobre quatro arcos de volta perfeita, desiguais entre si, sendo mais alto o segundo a partir da margem esquerda. Entre os arcos, a montante, três talha-mares agudos interrompidos. A jusante, talhantes de planta retangular. Parapeitos laterais formados por duas fiadas de cantaria sobrepostas. Arcos com aduelas estreitas e compridas, de diferentes tamanhos, apresentando agulheiros do cimbre.”
  • Junto há um Cruzeiro que o mesmo SIPA descreveu desta maneira: “adossado ao parapeito do lado direito, à entrada da ponte, na margem esquerda. Constituído por plinto de planta quadrada, tendo inscrição na face frontal, e moldura superior em quarto de círculo invertido com encaixe central para o fuste cilíndrico liso. Capitel em forma de esfera achatada, sustentando cruz latina lisa, de secção circular. “
  • É claro que só o olhar mais atento é que puderam ver tais monumentos. No entanto outros de estatuto ligado a natureza estão presentes no olhar. É o ambiente rural em que tudo isto se desenrola. Um vale aberto essencialmente agrícola, em ambas as margens com casas incaracterísticas, e na margem há um caminho ladeado de terrenos agrícolas que se alarga junto à ponte, com espaço para estacionamento, fonte e algumas árvores. A jusante da ponte existem várias plataformas com pequeno tanque e canais de condução de água, em cantaria. Próximo, na margem direita, ergue-se um moinho.
  • A montanha cresce a nossa frente e de longe em longe uma casa envergonhada se esconde por de atrás duma vinha e mesmo assim dá cor a paisagem.
  • - Diz-me fada que monumento é aquele que está em frente ao cruzeiro?
  • - É o pelourinho de Aboadela. Está junto à ponte românica, paralelo ao cruzeiro. A antiga Casa da Câmara, que se eleva em frente ao Pelourinho, junto à ponte sobre o rio Ovelha, representa a autonomia administrativa de outrora. Enquadra-se na arquitetura seiscentista (século XVII).
  • Devido ao declive do local, a estrutura do pelourinho ergue-se sobre uma plataforma quadrangular de cinco degraus toscamente aparelhados, que ficam abaixo da cota do caminho empedrado à beira do qual se situam e de onde são visíveis marcas dos furos onde seriam engatados os ferros de sujeição. A coluna é composta por grossa base circular e fuste cilíndrico e liso. Este é rematado por capitel constituído por uma peça tronco cilíndrica, encimada por ábaco em tabuleiro, formado por três molduras quadradas crescentes. No topo assenta uma pirâmide de secção quadrangular, de bom tamanho com dois filetes e um plinto. A singeleza do conjunto não permite datação muito rigorosa.
  • Pelourinho ou picota (esta a designação mais antiga e popular) são colunas de pedra colocadas em lugar público da cidade ou vila onde eram torturados e expostos criminosos. Tinham também direito de pelourinho os grandes donatários, os bispos, os cabidos e os mosteiros, como prova e instrumento da jurisdição feudal.
  • Em Portugal, os pelourinhos dos municípios localizavam-se sempre em frente ao edifício da câmara, desde o século XII. Muitos tinham no topo uma pequena casa em forma de guarita, feita de grades de ferro, onde os delinquentes eram expostos à vergonha pública. Noutros locais os presos eram amarrados às argolas e açoutados ou mutilados, consoante a gravidade do delito e os costumes da época.
  • Segundo Alexandre Herculano e Teófilo Braga, os pelourinhos tiveram origem na columna moenia romana que distinguia com certos privilégios, as cidades que os possuíam.
  • Muitos pelourinhos foram destruídos pelos liberais a partir de 1834 por os considerarem um símbolo de tirania. O Pelourinho (classificado como Imóvel de Interesse Público em 1933).
  • - Posso então concluir que Aboadela foi grande e importante.
  • - Quero dizer-te que nem sempre houve honras, pelo meio há também dissabores. Como é o caso de maio de 1809.
  • - Como assim?
  • - Quero-te levar a uma viagem no tempo, precisamente ao mês de maio de 1809.
  • - Que cheiro é este? Parece carne queimada.
  • -Sim, estamos agora as portas de Amarante em frente a ponte. Vês aquele edifício em frente? É o convento de S. Gonçalo. Os franceses tomaram conta da vila de Amarante no dia 18 de abril, com a exceção deste convento de S. Gonçalo, garbosamente defendido por cerca de 500 homens, e que conseguiu resistir até ao dia seguinte. O combate no dia 18 de abril durou até tarde e no dia 19 de abril recomeçou cedo, acabando depois do pôr-do-sol, sem que o inimigo conseguisse conquistar o seu objetivo.
  • -Que objetivo era esse?
  • - A ponte de Amarante. O ponto de passagem das tropas francesas estacionadas em Espanha O rio Tâmega era o melhor ponto de passagem para se alcançar a cidade do Porto, em alguns vaus do rio foram colocadas barreiras ao invasor francês. Esta defesa já estava a ser preparada desde o dia 31 de março, altura em que tropas francesas se aproximavam e que uma coluna tinha chegado a Vila Meã, em 31 de março, a uma distância de dez quilómetros, aproximadamente de Amarante. Os amarantinos prepararam a sua defesa e a 1 de abril foram ao encontro das tropas francesas. Estas retiraram para Penafiel e esperaram reforços.
  • As tropas portuguesas comandadas pelo General Silveira, tendo este, notícias de que os franceses andariam a rondar as povoações de Canavezes e de Amarante e calculando que aqueles pretenderiam conquistar as duas pontes, com o nome daquelas povoações, com o propósito de passar à província de Trás-os-Montes. Mandou então “reforçar a ponte de Canavezes pelos regimentos de milícias de Chaves e de Vila Real; guarnecer a passagem da Foz do Tâmega (em entre os Rios) pelo regimento de milícias de Miranda, guardar a ponte de Mondim de Basto pelo regimento de milícias de Lamego; e reunir as forças restantes da sua divisão em Amarante, para onde ele próprio seguiu no dia 9, em cumprimento das instruções que Beresford lhe enviou por essa ocasião sobre a natureza das operações que lhe competia fazer: «recomendando-lhe, que se apoderasse de todos os passos que conduziam do Minho e do Douro para Trás-os-Montes, e dirigisse a sua particular atenção sobre o caminho do Porto a Lamego por Penafiel, Amarante e Régua».”
  • - Mas, agora não percebi nada disto. O Beresford é que dava ordens ao General Silveira? Como assim?
  • - Há sempre uma explicação para tudo. Imperador Napoleão Bonaparte ordenou que, para arruinar economicamente a Inglaterra visto que não a venciam, todos os países Europeus fechassem os portos aos navios ingleses (bloqueio continental) e Portugal recusou porque era forte aliado de Inglaterra. Deste modo Portugal colocou-se ao lado dos ingleses e foi vítima das invasões francesas. Os ingleses mais bem treinados na arte da guerra enviou-lhes os seus generais para participar na defesa de Portugal, é o caso do Beresford e Wellington.
  • - Agora já se fez luz por estes nomes ingleses na defesa de Portugal.
  • - Continuando o nosso percurso pela história. Uma vez que os portugueses controlavam as principais passagens do rio Tâmega, Soult, a 7 de abril, resolveu mandar reforçar as tropas do General Caulaincourt pela brigada Foy e atribuiu o comando da divisão, então formada, ao General Loison, que de imediato mandou reconhecer Marco de Canaveses e Amarante.
  • - Para um pouco. Quem são estes generais?
  • - Em primeiro lugar Soult. Nicolas Jean de Dieu Soult. Marechal francês que comandou as tropas de Napoleão Bonaparte na Península Ibérica. Em 1809, vindo da Galiza, tomou o Porto, mas foi então derrotado pelo exército anglo-luso. Não tendo conseguido transpor o Douro, retirou-se para Espanha.
  • - General Caulaincourt: General de divisão e comandante do regimento dragoon em Espanha. Em 1810 regressou a França.
  • - General Loison, quanto a este, fala mais tarde. Continuamos a nossa viagem.
  • - No dia 12 de abril, Silveira e os seus homens avançaram até à ponte de Sousa, tendo aí encontrado resistência de Loison, que, posteriormente, posicionou-se nas alturas de Baltar. A 13 de abril entrou em Penafiel e posicionou as guardas avançadas em Paredes. Ao ser informado destas novidades, o Marechal Soult ordenou a Delabord para reforçar as tropas de Loison “com o resto da sua divisão e 10 peças de artilharia, e que atacasse Amarante, em quanto Lahoussaye avançaria de Guimarães sobre o mesmo ponto.”
  • Delaborde saiu do Porto a 14 e Silveira, ao saber das intenções do inimigo, retira de Penafiel e vai ocupar Manhufe mais uma vez.
  • A 15 de abril, entrou Delaborde em Penafiel e enviou um reconhecimento à posição ocupada por Silveira, “cujas avançadas em Vila Meã resistiram tenazmente nesse dia, bem como nos dias 16 e 17, em que houve algumas escaramuças com as avançadas francesas.”
  • O General Silveira resistiu na sua posição até 17 de abril, mas ao constar-lhe que uma outra divisão inimiga o estava prestes a envolver pela retaguarda resolveu retirar a 18, tendo-o feito em momento oportuno, pois os franceses resolveram atacar fortemente.
  • Os combates continuam e num desses combates o general Silveira reportava assim ao seu superior Beresford: “Ao meio dia estava efetuado a retirada para a margem esquerda do Tâmega, a qual foi valorosamente coberta pelo regimento de infantaria n.º 12, comandado pelo bravo tenente-coronel «Patrick», um dos oficiais ingleses que já [estava] ao serviço de Portugal. Este militar depois de se juntar a Silveira tornou a passar a ponte, onde bateu a guarda avançada do inimigo, e perseguiu-a através da vila, dando assim algum tempo a que Silveira dispusesse as suas tropas na outra margem do rio. Por fim caiu gravemente ferido, sendo retirado do combate e conduzido para Lamego, onde terminou seus dias.”
  • -É realmente triste esta história.
  • - Este ato heroico de um estrangeiro ao serviço de Portugal galvanizou ainda mais a vontade férrea de Silveira combater pela sua terra, desta vez na defesa da Ponte de Amarante, à qual o seu nome ficou indelevelmente ligado. A posse desta ponte, significava ter o caminho aberto para Trás-os-Montes e para as estradas que da fronteira, por Almeida, se dirigem ao Porto. Com o seu controlo, Soult poderia estabelecer mais facilmente o contacto com Lapisse e Victor. Só com a ajuda destes poderia o Marechal pensar em dominar Portugal.
  • -o general silveira tinha tudo controlado então, na defesa da ponte?
  • -bom A vila de Amarante tinha sido tão bem fortificada quanto o tempo e os recursos permitiram. Na margem direita, onde está a povoação, havia, junto ao rio, um velho amplo convento, denominado S. Gonçalo, de muros robustos, à antiga, em que se abriram seteiras, que enfiavam a rua principal da vila; à entrada da ponte ergueu-se uma forte barricada e no meio uma paliçada; do lado oposto, à saída para a margem esquerda, uma trincheira, e no último arco, uma funda mina para destruir a alvenaria, quando a resistência se tornasse impossível. As colinas próximas, nesta mesma margem, estavam guarnecidas com três baterias de artilharia.
  • -Já não é mau.
  • - Não era o suficiente. Pela sua parte os franceses tinham concentrado sobre Amarante forças muito superiores em número e qualidade, a saber: toda a divisão de infantaria do general Delaborde (4.000 homens), a brigada Sarrut (2.000 homens), toda a divisão de dragões do general Lahoussaye (1900 cavalos), 10 peças de artilharia, e dois destacamentos de sapadores. Por seu lado o general Silveira dispunha de cerca de 1800 homens de primeira linha e 5000 milícias e ordenanças deficientemente armadas e indisciplinadas.
  • - Dada essa grande diferencia, naturalmente os combates eram mortíferos.
  • - Desde o dia 20 buscou os franceses atravessa-los, sem desistirem da passagem da ponte; catorze horas duraram a ação, sem nada conseguirem, tendo nela experimentado uma perda considerável, como confessaram numa carta que se lhes intercetou e em que pediam reforços.
  • Desde o dia 20 até 29 houve sempre um vivo e continuado fogo de parte a parte; mas tendo chegado aos franceses mais 2:000 homens da divisão que se achava em Braga, com mais algumas peças de grande calibre, protestaram eles no dia 29 passar o Tâmega. Pelo meio dia de 29 de abril principiou portanto a jogar contra a posição portuguesa o fogo de catorze peças inimigas, reforçadas pelo de dois obuses. Das duas para as três horas da tarde formaram os franceses três ataques, um sobre a ponte, e os outros sobre os vaus do rio, ataques que acabaram pelas nove horas da noite com grande perda sua, pois muitas vezes se varreram as colunas que se dirigiam à ponte, e igualmente as do largo de S. Gonçalo. No dia 30 de abril houve menos fogo; mas no 1.º de maio novos reforços chegaram ao inimigo.
  • - Isto quer dizer que a ponte está perdida?
  • - Mais ao menos. No dia 2 de maio, cerca das 04H00, conseguiram fazer explodir quatro barris de pólvora que destruíram em grande parte as defesas da ponte. Este plano tinha sido cuidadosamente preparado pelo capitão Bouchard. Não foi uma operação fácil porque as forças portuguesas tinham colocado um dispositivo que lhes permitiria fazer explodir uma carga de pólvora suficiente para cortar o arco oriental da ponte.
  • - A ponte tinha sido tomada?
  • - Sim. Assim escreveu o General Silveira, num ofício datado de 2 de maio de 1809, participando a Beresford a sua retirada de Amarante: “Catorze dias, defendi a margem esquerda do Tâmega, e desde o primeiro dia representei a V. Ex.ª que as minhas forças eram muito desiguais às com que o inimigo me atacara, o qual, não se vendo acusado por parte alguma, as puxou todas para me atacar, deixando no Porto apenas dois mil homens, e aumentando o numero das peças a doze ou catorze. No dia 29 fez um ataque formal; o qual foi repelido com bastante perda do inimigo, e apesar de a minha ser pequena em número foi muito grande, porque perdi o tenente de artilharia Bento Vieira de Sá Barreto, que muito se distinguiu. Hoje ao amanhecer, estando todo o Tâmega coberto duma densa névoa atacou o inimigo os vaus e foi a ponte forçada, porque as baterias já não eram comandadas pelo bravo Bento Vieira, e porque o oficial da guarda da ponte se descuidou dos seus deveres. Foi então surpreendida a bateria que jogava sobre a ponte; toda a gente se pôs em debandada. (...) A falta de socorro que tinha pedido, e mesmo de oficiais comandantes de brigadas, me fez sofrer esta dispersão...)” Surpreendidas, as tropas portugueses mal tiveram tempo para reagir pois, imediatamente após a explosão, as forças francesas lançaram o ataque, apoderaram-se da ponte, desarmaram o dispositivo preparado para a inutilizar e rapidamente ocuparam toda a vila de Amarante. As forças portuguesas retiraram em direção a Vila Real, Mesão Frio e Entre-os-Rios.
  • Após a conquista da Ponte de S. Gonçalo e a retirada das forças portuguesas de Amarante e restantes posições da linha do Tâmega, Soult ordenaram que a Divisão Delaborde voltasse para o Porto e que Loison, com as restantes forças, efetuasse ações de reconhecimento por Vila Real e por Peso da Régua com a finalidade de finalmente abrir as linhas de comunicações com Espanha.
  • As forças de Loison foram detidas antes de atingirem a Régua e, ao tomar conhecimento que as forças do general Silveira ameaçavam cortar a sua ligação com Amarante, aquele general resolveu retirar para aquela vila por forma a manter a posse da ponte de S. Gonçalo.
  • Nesta retirada, as forças francesas foram perseguidas e flageladas pelas populações e, em resposta, pilhavam e destruíam tudo o que podiam. Além das populações, forças de guerrilha montavam constantes emboscadas e, no dia 12 de maio, antes de entrar em Amarante, nas proximidades de Vila Chã, foram novamente envolvidos num renhido combate com as forças do general Silveira. O combate foi interrompido à noite e Loison, receando a aproximação das forças do exército anglo-luso que marchava para Norte, retirou por Amarante e dirigiu-se para Guimarães. Na manhã do dia 13, tendo verificado que os Franceses tinham abandonado Amarante, as forças portuguesas ocuparam novamente esta vila.
  • - Ainda sinto o cheiro da pólvora e ouço o rufar dos tambores marcando a marcha.
  • - É verdade. Porque agora estamos em Aboadela, local onde iniciamos esta visita ao passado. O cheiro e o rufar dos tambores é a aproximação das tropas francesas que se dirigem para vila real.
  • - Estou no meio de uma emboscada?
  • - Sim. As ordenanças e os populares desta região esperam os franceses aqui na ponte.
  • - Temos que retirar, senão seremos massacrados.
  • - Não tenhas medo, isto passou-se a duzentos anos e nós apenas nos encontramos em espírito.
  • - Ouve os franceses estão-se a aproximar e não poupam nada. Incendeiam, matam e deixam um rasto de destruição por onde passam. O rio ovelha corre rubro e por entre gritos, cheiros de pólvora e estrondos da artilharia, vão jazendo por terra os inocentes e os heróis.
  • - Tenho uma curiosidade que ainda não me tiraste. Quem é esse Loison?
  • - É sem dúvida um dos maiores pesadelos que as invasões francesas nos trouxeram. Um general francês foi autor de numerosas pilhagens e de inúmeros atos violentos, que lhe valeram a fama de homem cruel. Durante a primeira invasão francesa, Loison tornou-se famoso em Portugal pela sua crueldade, torturando e matando numerosas pessoas. O general perdera um braço, num acidente de caça, tendo, por essa razão, ganho a alcunha de "o maneta". A célebre frase: Ir para o maneta, ficou no imaginário popular associado à expressão "mandar ou ir para o maneta", com o significado original de ir para a tortura ou para a morte.
  • - Ufa! Já chega de horrores. Vamos mas é seguir o trilho porque resto do grupo já vai longe.
  • Depois de gravarmos na memória do cartão algumas fotos tiradas da ponte, seguimos por estradas paralelas ao rio ovelha e ao IP4. Mais a frente deixamos para trás as águas cristalinas do rio ovelha, e seguimos inicialmente por entre casas, por caminhos de paralelos ou por pequenas estradas, sempre com o IP4 por perto e seguindo em direção a Oeste, até que acabámos por passar por um túnel debaixo dessa via. Aí começamos a subir em direção a Sanche. Outro dos lugares que este trilho engloba. Continuamos por um largo período acompanhando o IP4.
  • Saímos agora do alcatrão e entramos num caminho que nos leva a um lugar chamado de buraco. Aqui não seguimos esse caminho na totalidade, desviamo-nos para a esquerda e tomamos a direção do lugar do Mosteiro.
  • Alguns metros mais a frente o caminho subia, continuava a subir e o sol esse inimigo naquele momento levávamo-nos ao desânimo. Parecia não ter fim aquela subida íngreme, parece, salve seja. Chegamos ao ponto que parecia não haver nada para onde ir. Questionamo-nos por onde é que é o caminho?
  • Agora é que a porca troce o rabo. Regressamos para trás ou tentamos ir a corta mato. Parece difícil a corta mato. Volta para trás, e aquilo que era uma interminável subida de repente se transforma numa interminável descida.
  • Lá retomamos o nosso trilho e agora seguimos um caminho bem definido e muito bem conseguido com lajes de granito, atapetando o caminho. Há sempre um bom motivo na escolha do traçado do trilho, e este tinha sido escolhido por algum bom e interessante atração.
  • Chegamos agora a um estradão largo, onde havia motivo de enganos, até porque aqui havia a bifurcação onde surge a referência do PR1 - Rota de Marancinho. Agora com os olhos mais abertos e depois deste cruzamento que é sempre a subir, seguimos por caminhos largos até chegar ao alto.
  • A nossa direita a paisagem fundisse nas encostas douradas da serra do Marão, fruto da floração da urze, que encanta o olhar de quem passa. E para trás ondas de luz clara e quente que nos fazem transpirarem. Naquele sábado, andando descontraído, de vez em quando era surpreendido por um cheiro perfumado e fresco quase a lembrar o eucalipto. De onde vinha aquele perfume? Seria da imensa flora existente por aqui que abanavam devido à aragem que corria.
  • Em plena cavaqueira (salvaguardo não falar mal do Cavaco) íamo-nos aproximando daquele que seria o ponto de cota mais elevado do nosso trilho: o Marco geodésico do Picoto.
  • - É altura de recuar alguns metros no tempo.
  • - Porquê fada?
  • - É de salientar vários pontos que passamos, sem que a isso déssemos importância: O vale dos Franceses em Vila-Chã do Marão. Com uma paisagem deslumbrada pelo verde da vegetação e a pureza do ar, o povoamento do seu território é muito anterior à época romana. Perto da freguesia, a poente, existe o Monte de Pedra Cavaleira, onde se julga ter havido uma edificação de tipo dolménico. Deve ter vivido aí uma população castreja. Período importante da história de Vila Chã do Marão, foi aquele que coincidiu com as Invasões Francesas. Alguns heróis eram naturais daqui desse tempo. Naquele que ficou conhecido como o Vale dos Franceses, junto a ribeira de Marancinho, decorreu uma importante batalha que, em 1809, impossibilitou aos invasores a retirada de Trás-os-Montes para Amarante.
  • -Há coisas as quais não damos importância e as mesmas tiveram muita importância para nós sem o sabermos.
  • Chegamos a alto do Picoto, aqui a vegetação é essencialmente matos que nesta altura do ano ainda estão pintadas de amarelo e violeta.
  • Chegados ao cimo, as vistas a partir do alto do Picoto permitem 360º de paisagens deslumbrantes avistando já terras de Basto a um lado e, numa sucessiva ondulação de relevos, as serras do Marão e Aboboreira a outro, há ainda a salientar o Monte de Sr.ª da Graça, lá ao longe... O Alvão escondido deixa imaginar as fisgas do Ermelo que ficam no rio Olo que corre não muito longe dali.
  • As fotos não faltaram e estou certo que muitas irão ficar para a posteridade como eu estive aqui.
  • Almoçámos ali mesmo, naquele ponto alto onde o sol queimava e uma sombra era algo que os olhos procuravam.
  • Ficamos ali algum tempo, ingerindo algumas calorias e essencialmente líquidos que eram um bem necessário.
  • Arrancamos. O percurso segue agora para uma zona mais arborizada ao meu gosto. A vegetação misturada um pouco com o típico pinheiro de altitude dá beleza e sombra a paisagem. Seguimos pelo cume da colina até entrar, uns 1500 metros à frente, num secular caminho, provavelmente dos finais da Idade Média, enriquecido por uma fauna e flora diversificadas e onde poderíamos com um pouco de sorte, ser surpreendidos por algum esquilo trepando velozmente o tronco de uma árvore, como provam as imensas pinhas por eles roídas. Os estradões estão bem definidos na paisagem. Confesso que me agradou mais esta parte do percurso.
  • Encontrarmos as ruínas da antiga estalagem, conforme documentam as placas indicadoras. Umas ruínas interessantes às quais vale a pena dedicarem algum tempo. Como sempre a minha curiosidade mexe comigo.
  • - Fada que ruínas são estas?
  • - Era uma antiga estalagem, que servia de apoio aos viajantes e almocreves na sua longa e dura travessia do Marão. É claro que no seu tempo áureo não existia automóveis e mesmo as vias de comunicação não eram com o hoje. O melhor local de repouso para quem era apanhado ao entardecer e já não tinha para onde se dirigir. Alem dos perigos da noite ainda havia os lobos que proliferavam em abundância nestas paragens. Mesmo que não fossem os lobos a etapa que se advinha da subida do Marão requeria boa forma e o repouso e uma refeição quente vinha a calhar.
  • Depois de uma investigação mais cuidada a estas memórias passadas e cartografadas pelas objetivas. Este local se fosse revitalizado, proporcionaria excelente repouso ao corpo e a mente.
  • Partimos para mais uma etapa. Um pouco mais adiante, encontrei uma rocha enorme que indicava a proximidade da capela de S. Bento, padroeiro que dá o nome a este percurso. É claro que na dita rocha não dizia que tínhamos que subir um pouco mais, essa que já não era do agrado de todos. Mais 450 metros a subir até à Capela de S. Bento, um caminho aberto sobre a antiga via medieval, mas com direito a mais uma vista fantástica. A pequena capela encontra-se lá no alto e permite umas belas vistas sobre o vale, onde se destacam para além do rio Ovelha, o rasto do IP4 e as atuais obras de construção da futura autoestrada de Trás-os-Montes. Perante esta deslumbrante paisagem sobre o vale de Aboadela e as encostas agrestes da serra do Marão e rodeados por uma vegetação autóctone onde predomina a carqueja, o tojo e a urze, aqui na sua sombra podemos, numa atitude terapêutica, recuperar as forças e retemperar o espírito para o resto da caminhada.
  • Um pouco de descontração ou meditação conforme o gosto de cada um, tivemos algum tempo de repouso.
  • Como tudo tem um fim, regressamos ao nosso trilho. Continuando na mesma direção por um estradão/corta-fogo, íamos ter pela frente mais quatro mil metros até ao nosso ponto de partida.
  • Agora sempre a descer por caminhos florestais que serpenteiam a encosta até ao vale de Aboadela.
  • Já no lugar do Carregal existe uma fonte de água fresca, que pela indicação parece ter sida construída pelos serviços florestais. Hoje fazem tanta falta estes ditos serviços. Bom também com conjuntura económica que Portugal vive eram os primeiros a serem encerrados… há também quem chame a esta fonte:” Fonte do Diabo", inscrição pintada numa pequena fonte de onde brota o sabor do Marão. Será que o diabo também tem sede?
  • Continuando o nosso trilho, no virar da curva lá estava a antiga casa do guarda-florestal. Como já vimos no Gerês, o destino parece ser o mesmo: ser deixadas ao abandono e vandalizadas...
  • O nosso trilho dava mostras de chegar ao fim, uma vez que a paisagem estava mais humanizada, e já no vale, num velho trilho que, em ambiente bucólico por entre campos laboriosamente trabalhados, nos leva até às águas puras e cristalinas do rio Ovelha.
  • Atravessamos o rio ovelha numa ponte também já comentada no início desta crónica: a ponte medieval de Tornada. Conforme esta descrita na via romana esta podia ser a passagem do rio ovelha.
  • Depois de atravessarmos o rio é a vez do IP4. Passando este pequeno túnel entramos novamente naquele que foi historicamente um dos pontos altos deste percurso – o lugar da Rua, ou melhor, Ovelha do Marão.
  • À parte o património edificado, há lugares de recanto natural de extrema beleza. Aí, os pinheiros que cercam o povoado misturam-se com os caminhos irregulares e com os telhados em ardósia.
  • Chegamos ao autocarro e o bar junto ao rio ovelha uma vez mais como já aconteceu noutros percursos foi dia grande (de negocio), esta paragem foi merecida.
  • Depois de deixarmos Aboadela ainda houve tempo para uma visita a Amarante.
  • - Fada antes de me deixar, diz-me donde vem a toponímia de Amarante.
  • - A designação de “Amarante” vem de “Villa Amaranthi” que pode ser traduzido como “Quinta de Amaranto”, possivelmente uma referência a um seu senhor primitivo, mais concretamente, ao chefe romano Amaranto. Existe uma outra explicação para a origem deste nome que é a de “ad Maranus”, que significa “junto ao Marão”.
  • - Queres saber mais, além do que já foi dito sobre Amarante durante as invasões francesas?
  • - Sim.
  • - A história de Amarante remonta a tempos longínquos, mais concretamente aos períodos Megalítico e Paleolítico, com povos primitivos que viviam na Serra da Aboboreira desde a Idade da Pedra. Foram descobertos imensos vestígios de povoados que remontam, também, à Idade do Bronze. No entanto, Amarante só começou a ser mais conhecida através de São Gonçalo. Este nasceu em Guimarães mas passou a residir em Amarante após a sua peregrinação por Jerusalém e Roma. Era um frade dominicano que nasceu na segunda metade do século XII e a ele se deve muita da história desta cidade, incluindo a construção da ponte sobre o rio Tâmega. Por causa deste santo, Amarante torna-se numa terra de peregrinação e a sua população começou a crescer. No século XVI, D. João III autoriza a construção do Mosteiro de S. Gonçalo, onde o santo terá vivido e falecido e onde terá sido, também, sepultado.
  • - Diz-me se esta terra tem fama de haver milagres?
  • -Bom, que tenha conhecimento não. Mas, se te referes aqueles que diziam que no fim da caminhada iam a uma farmácia de produtos naturais. É possível que haja cá quem faça milagres. A ver pela alegria e boa disposição com certeza que é muito boa essa farmácia.
  • - Bom, tenho que vos deixar agora que vou ver o Jorge Gabriel e a Sónia Araújo que estão a fazer o programa em direto para a RTP1. Se quiseres vir também podes ir ver a Sónia porque eu estou mais interessada no Jorge Gabriel.
  • - Adeus fada até uma próxima, quem sabe se não nos voltaremos a encontrar na serra da estrela.
  • Assim se chegou uma vez mais ao fim de uma caminhada, que o grupo informal ANDAR proporcionou.
  • A propósito, quero deixar aqui ao amigo Sousa, que não se esqueça das anedotas prometidas, fonte de relaxamento e alegria.
  • Um bem-haja a todos os amigos do ANDAR.
  • Agostinho Santos (Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.)
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